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Monday, May 30, 2005

 

O espelho mágico do NON

Adeptos do OUI e adeptos do NON olham para o resultado do referendo ao Tratado Constitucional em França como quem olha para um espelho mágico que mostra os seus íntimos desejos. Tratando-se de uma votação, ficam, neste caso à vista os desejos políticos de cada um.

Assim, em todo o arco político que apoiou o NON, e que abarca dirigentes da extrema-esquerda à extrema-direita, todos se dizem vencedores.

Os nacionalistas aproveitam para referir que esta votação confirmou a sua xenofobia, os internacionalistas para sublinhar que se trata de um desejo colectivo de uma maior solidariedade.

Os liberais, para destacar que venceu a linha anti-burocratica, os colectivistas que triunfaram sobre o espectro do neoliberalismo.

E poder-se-ia continuar a contrapôr opostos ao longo de muitas páginas.

Pacheco Pereira, no Abrupto destaca com alguma lucidez (cito textualmente porque o poste é pequeno, e é difícil linkar para um poste específico do Abrupto):

09:54 (JPP)
ESQUERDA / DIREITA

O referendo francês é mais um exemplo da esterilidade em querer pensar tudo em termos da dicotomia esquerda / direita. Acrescento-o a uma já longa lista de questões, de issues que mostram o esgotamento heurístico do dualismo reducionista.


outros recusam-se a aceitar a pluralidade de motivos que podem existir para rejeitar (ou aprovar, mas não foi este o caso) qualquer assunto proposto num referendo. Preferem sondar o espelho mágico do NON.

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