Tuesday, February 22, 2005
Ainda as eleições
Contrariando o sentimento geral de esperança que os media procuram transmitir, após terem levado ao colo a esquerda em geral e o Partido Socialista em particular, permito-me discordar do tipo de discurso que encontro ao passar os olhos pelo vosso blogue. Ao ser levado aescolher entre dois fatos vazios - Pedro Santana Lopes e José Socrates- os portugueses escolheram o que ainda não tinham experimentado. E é só.
José Socrates vai descobrir que a esperança, muito simplesmente, não se decreta no Diário da República, principalmente quando os cofres doEstado já estão vazios. Com dinheiro, a esperança pode sempre ser comprada - e esta era uma especialidade do Engenheiro Guterres - mas não agora. Este é um caminho vedado a Sócrates. Escusado será repetir o mesmo para o optimismo.
Torna-se assim patético ler e ouvir os discursos triunfalistas que os media nos tentam injectar. Os votos de domingo não eliminaram o deficit. Os problemas são os mesmos que na semana passada. E a tão propalada onda de entusiasmo popular aconteceu apenas na cabeça dos habituais comentadores comprometidos.
Os portugueses quiseram livrar-se de Pedro Santana Lopes, e de uma situação de incómodo geral, muito bem alimentada pelos media e com a cumplicidade de alguns orgãos de soberania, diga-se de passagem. Percebe-se. Até se pode louvar.
O que se percebe menos é como é possível que uma amável nulidade como José Socrates obtém assim uma maioria absoluta. A única explicação que encontro é falta de alternativa. A classe politica portuguesa chegou ao grau zero, realmente.
Numa escolha entre a fome e a vontade de comer, os portugueses escolheram a segunda. Bom apetite, Portugal.
José Socrates vai descobrir que a esperança, muito simplesmente, não se decreta no Diário da República, principalmente quando os cofres doEstado já estão vazios. Com dinheiro, a esperança pode sempre ser comprada - e esta era uma especialidade do Engenheiro Guterres - mas não agora. Este é um caminho vedado a Sócrates. Escusado será repetir o mesmo para o optimismo.
Torna-se assim patético ler e ouvir os discursos triunfalistas que os media nos tentam injectar. Os votos de domingo não eliminaram o deficit. Os problemas são os mesmos que na semana passada. E a tão propalada onda de entusiasmo popular aconteceu apenas na cabeça dos habituais comentadores comprometidos.
Os portugueses quiseram livrar-se de Pedro Santana Lopes, e de uma situação de incómodo geral, muito bem alimentada pelos media e com a cumplicidade de alguns orgãos de soberania, diga-se de passagem. Percebe-se. Até se pode louvar.
O que se percebe menos é como é possível que uma amável nulidade como José Socrates obtém assim uma maioria absoluta. A única explicação que encontro é falta de alternativa. A classe politica portuguesa chegou ao grau zero, realmente.
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