Monday, February 21, 2005
Entretanto, 82 anos atrás...
Um leitor do Abrupto rebusca uma qualquer arca poeirenta (é o ultimo post, do leitorLuís Bonifácio), vintage de 1923, e sem sombra de vergonha envereda pelo discurso 'a pátria está doente'. Para os mais esquecidos - aparentemente entre os quais está Pacheco Pereira - este tipo de discurso foi retomado dois anos mais tarde pelo então general Gomes da Costa.
Alfredo de Magalhães (Numa carta ao general Simas Machado sobre a morte de Basilio Teles em 1923.
"Esta gente portuguesa, toda ela, de alto a baixo, vai descendo vertiginosamente os últimos degraus da abjecção. Nada me surpreende. É a miséria integral. Algumas das individualidades que ainda ofuscam os olhos da nossa parvolândia com o esplendor da sua celebridade, tenho-as na conta de malandros da pior estôpa. Com suas falas e maneiras graves, e o competente pigarro da respeitabilidade convencional, elas são o modelo vivo da hipocrisia e da velhacaria triunfante, já se vê - bem comidos e bem bebidos - Modelos que este bom povo, corrompido até ao tutano da alma, vai seguindo e imitando fielmente, com tal ou qual nota de escândalo.[...] Tudo lama!Esperança? Só a tenho no Dilúvio Universal.[...] Em Política só triunfam os homens de acção, Não basta ter caco. Em Portugal é mesmo preferivel ter cascos ...."
Este tipo de conversa desembocou no Estado Novo. De tempos a tempos parece-me ouvir uma vaga nota nolstágica pedindo por um novo salvador da nação, seja ele um qualquer Sebastião envolto em nevoeiro, ou um pragmático Salazar.
Cuidado com o que se deseja, por vezes os desejos concretizam-se.
[Aqui entre nós, o Francisco Louçã dava um belo Salazar com o seu discurso teológico de fascista vermelho]...
Alfredo de Magalhães (Numa carta ao general Simas Machado sobre a morte de Basilio Teles em 1923.
"Esta gente portuguesa, toda ela, de alto a baixo, vai descendo vertiginosamente os últimos degraus da abjecção. Nada me surpreende. É a miséria integral. Algumas das individualidades que ainda ofuscam os olhos da nossa parvolândia com o esplendor da sua celebridade, tenho-as na conta de malandros da pior estôpa. Com suas falas e maneiras graves, e o competente pigarro da respeitabilidade convencional, elas são o modelo vivo da hipocrisia e da velhacaria triunfante, já se vê - bem comidos e bem bebidos - Modelos que este bom povo, corrompido até ao tutano da alma, vai seguindo e imitando fielmente, com tal ou qual nota de escândalo.[...] Tudo lama!Esperança? Só a tenho no Dilúvio Universal.[...] Em Política só triunfam os homens de acção, Não basta ter caco. Em Portugal é mesmo preferivel ter cascos ...."
Este tipo de conversa desembocou no Estado Novo. De tempos a tempos parece-me ouvir uma vaga nota nolstágica pedindo por um novo salvador da nação, seja ele um qualquer Sebastião envolto em nevoeiro, ou um pragmático Salazar.
Cuidado com o que se deseja, por vezes os desejos concretizam-se.
[Aqui entre nós, o Francisco Louçã dava um belo Salazar com o seu discurso teológico de fascista vermelho]...