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Tuesday, March 22, 2005

 

Freitas e os outros

Respeitar outras opiniões não significa estar de acordo com elas, e muito menos calar as nossas próprias. A direita no parlamento fez muito bem em desmascarar o estrídulo Freitas do Amaral. Ouviram bem a sua vozinha, entre o amedontrado e o histérico a afirmar «Isso é mentira!»? Afinal não era... Que a esquerda se identifique com as posições de Freitas, não me admira, o contrário é que seria surpreendente.

Relativamente ao direito internacional, não entendo como é que se pode ter Internet disponível a não a aproveitar para se cultivar. Afinal de contas temos montes de informação à distância de um simples google.

Como é obvio, e evidente, mesmo para o estudante mais distraido de história, o direito internacional é mais velho que a Maria Cachucha. Afinal o que é o direito internacional senão acordos bi-laterais ou multi-laterais entre estados soberanos? O direito internacional, como dizem os politicamente correctos barnabéus, foi 'criado' para resolver pacificamente disputas entre estados, sem excluir o recurso à violencia. Parafraseando Clausewitz, poderiamos dizer que a diplomacia é a continuação da guerra por outros meios.

Quanto à Carta das Nações Unidas - já agora, quem, entre os que a citam com tanta facilidade, já a leu? - não se baseia em direitos, justiça ou igualdade. Baseia-se sim em príncipios que nunca foram verdadeiramente postos em prática, nomeadamente na doutrina dos 5 polícias mundiais de Roosevelt. E os seus belos príncipios nunca foram postos em prática porque o Conselho de Segurança nunca funcionou como seria suposto. Um Conselho de Segurança funcional necessitaria de uma aliança pelo menos consensual entre os seus membros permanentes, algo que nunca foi possível.

Primeiro por causa da guerra fria, depois porque de facto cada um dos membros permanentes do Conselho de Segurança defende, antes de mais nada, e como é natural, os seus próprios interesses nacionais: outra demonstração da soberania nacional que Freitas e a esquerda bem pensante tanto despreza.

A visão de Freitas é, sim, sem dúvida, uma fantasia. Se Freitas estivesse apenas na sua cátedra a impingir os seus delírios ideológicos a jovens universitários, até poderia não ser muito grave. Mas é uma fantasia particularmente perigosa num Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Um ministro que se recusa a acreditar que o mundo é hobbesiano, e que me vez disso se refugia no conto de fadas do 'direito internacional', enquanto goza do guarda-chuva defensivo dos 'nazis' Bush, Cheney, Rumsfeld e Wolfowitz.

Pois pode ser que um dia os 'nazis' se fartem das lições de moral dadas por ladrões (Chirac), inconsequentes (Schroeder), cobardes (Zapatero) e levem o seu guarda-chuva para outras paragens. Depois queixem-se que a Russia é um vizinho incómodo...

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