Wednesday, June 29, 2005
O aval de Pacheco Pereira
Num poste do Abrupto, Pacheco Pereira, num raro momento de disparate pegado - afinal acontece, até aos melhores - concede o seu aval a todas as trapalhadas, discursos de 'tanga', manipulação jornalistica e, citando, 'governação de baixa qualidade', pelo actual governo da maioria socialista.
Ao pretender desvalorizar estas críticas, classificando-as apressadamente como 'uma forma muito particular de ressentimento', Pacheco Pereira apenas revela o seu próprio ressentimento pelo pretérito governo de Pedro Santana Lopes. Chega... Bater hoje no governo de Santana Lopes tem exactamente o mesmo efeito que chicotear um cavalo morto. Estranhamente, Pacheco Pereira continua a dedicar-se a este desporto esquerdista, após, de acordo com a sua declaração de voto também no Abrupto (e desculpem-me por não ir agora procurar o poste), ter votado nele. Será também uma prova de masoquismo?
Cito, do mesmo poste:
E concluí:
Ao pretender desvalorizar estas críticas, classificando-as apressadamente como 'uma forma muito particular de ressentimento', Pacheco Pereira apenas revela o seu próprio ressentimento pelo pretérito governo de Pedro Santana Lopes. Chega... Bater hoje no governo de Santana Lopes tem exactamente o mesmo efeito que chicotear um cavalo morto. Estranhamente, Pacheco Pereira continua a dedicar-se a este desporto esquerdista, após, de acordo com a sua declaração de voto também no Abrupto (e desculpem-me por não ir agora procurar o poste), ter votado nele. Será também uma prova de masoquismo?
Cito, do mesmo poste:
Os erros, peripécias, asneiras, distracções, do governo anterior iam ao coração do poder, directamente aos lugares cimeiros da governação e eram vistos como extensões da identidade e do estilo dos governantes. Mais: eram potenciados na primeira pessoa, por ditos e eventos, que punham em causa a competência do governo na sua condução central, e encontravam todos os dias novas justificações para que a suspeita de incompetência fosse mais do que isso, mas sim uma realidade.Isto não passa de um aval ao presidencialismo do primeiro ministro: no mínimo uma forma estranha de ler a Constituição da República, desculpável num jornalista, que tem que investigar, distorcer ou inventar notícias para vender papel, mas menos desculpável num político que se diz atento.
E concluí:
A crítica a este governo tem muito por onde se fazer, mas tem uma condição sine qua non para ser eficaz e merecer ser ouvida: a de se demarcar das trapalhadas do governo anterior sem ambiguidades, nem desculpas, nem simetrias.E aqui está a confirmação do aval: qualquer trapalhada que o governo de Pedro Santana Lopes tenha cometido é desde já benzida por Pacheco Pereira, e está acima de qualquer crítica. Aquilo que Santana Lopes fez, Sócrates pode fazer.
Comments:
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Viva,
Apesar de concordar que comparar "trapalhadas" em grau e género seja um exercício algo inutil e inconsequente (até porque Santana Lopes é incomparável) há algo que me preocupa. Parece que há a necessidade de criar a ideia de que se Sampaio dissolveu o Governo de Santana qualquer Presidente da República, em qualquer cirscunstãncia tem a legitimidade de fazer isso. E é nesse ponto que eu discordo profundamente...
Abraço e parabéns pelo blogue,
Apesar de concordar que comparar "trapalhadas" em grau e género seja um exercício algo inutil e inconsequente (até porque Santana Lopes é incomparável) há algo que me preocupa. Parece que há a necessidade de criar a ideia de que se Sampaio dissolveu o Governo de Santana qualquer Presidente da República, em qualquer cirscunstãncia tem a legitimidade de fazer isso. E é nesse ponto que eu discordo profundamente...
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