Saturday, September 17, 2005
O equívoco nuclear de Mahmoud Ahmadinejad
Mahmoud Ahmadinejad fez o seu discurso nas Nações Unidas. Não se esqueceu da habitual comparação disparatada entre o programa nuclear do Irão e o programa nuclear de Israel. Debitou a habitual demagogia anti-ocidental: quem é que forneceu a tecnologia nuclear a Israel? Como todos sabemos, a tecnologia nuclear de Israel foi obtida da França, até hoje, provavelmente, o maior proliferador mundial, como moeda de troca da intervenção israelita na crise do Suez. Mas esqueceu, convenientemente, que enquanto que Israel não subscreveu nunca o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o Irão consta da lista de subscritores desse documento. Ou seja, o Irão prossegue o caminho encontrado pela Corea do Norte para o dissuasor nuclear. De algum modo, procuram um caminho para a sobrevivência do regime através da garantia de sobrevivência nacional.
Um Irão nuclear, tal como um Israel nuclear, uns Estados Unidos nucleares, uma Rússia nuclear e por aí fora, garantem a sobrevivência da nação contra agressões externas. No entanto, como o exemplo da velha URSS tão bem ilustrou, a posse de armas nucleares não é de modo algum garantia de sobrevivência do regime. De igual modo, não garante a integridade nacional contra factores internos, mesmo que apoiados do exterior. Gastar recursos em armamento nuclear é deitar dinheiro fora. O perigo é portanto mínimo. A menos que os mullahs do Irão não possuam racionalidade política. Mas dúvido que não a tenham.
[Update] Mohammed, no Iraq the Model, tem uma interpretação interessante da via confrontacional escolhida pelo Irão de Ahmadinejad. Leiam-na.
Um Irão nuclear, tal como um Israel nuclear, uns Estados Unidos nucleares, uma Rússia nuclear e por aí fora, garantem a sobrevivência da nação contra agressões externas. No entanto, como o exemplo da velha URSS tão bem ilustrou, a posse de armas nucleares não é de modo algum garantia de sobrevivência do regime. De igual modo, não garante a integridade nacional contra factores internos, mesmo que apoiados do exterior. Gastar recursos em armamento nuclear é deitar dinheiro fora. O perigo é portanto mínimo. A menos que os mullahs do Irão não possuam racionalidade política. Mas dúvido que não a tenham.
[Update] Mohammed, no Iraq the Model, tem uma interpretação interessante da via confrontacional escolhida pelo Irão de Ahmadinejad. Leiam-na.