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Wednesday, November 09, 2005

 

As presidenciais

Alguém, não sei quem, terá dito que o cerne da política é a escolha entre várias opções, todas más. Cai-me este labéu que nem um fato confeccionado à medida, ou alternativamente, uns ténis confortáveis e uns jeans Levis, estes últimos mais de acordo com a minha limitada carteira.

De facto, não me revejo em nenhum dos candidatos, todos à esquerda, todos estatistas convictos: Cavaco Silva (social-democrata), Mário Soares (oscilando entre o social-democrata e a esquerda lunática), Manuel Alegre (esquerda inconsequente), Jerónimo de Sousa (esquerda totalitária) e Francisco Louçã (esquerda assumidamente lunática). Também no passeio na Avenida da Liberdade aquando da reeleição de Mário Soares não me consegui rever na direita caceteira e populista de Basílio Horta (Era este? Acho que sim...), Manuel Monteiro, Paulo Portas e Companhia, e, quebrando uma das minhas regras de conduta cívica nem sequer me dei ao trabalho de ir votar, pela primeira e (até agora) última vez. Ainda hoje não me consigo rever nessa direita, e provavelmente nunca conseguirei. Traumas de infância, talvez. Já sofri a minha dose de salazarismo serôdio - não consigo evitar o pleonasmo - nos bancos das escola do Estado Novo.

Na boa tradição da lamúria nacional, «o mal deste país é que não existe uma direita moderna e liberal» - fim de lamúria - ou se existe, anda muito ocupada a fazer pela vida - no bom sentido, claro, e como eu os compreendo, pudera, também ando ao mesmo - ou já emigrou para os Estados Unidos, para a Grã-Bretanha, para a Irlanda ou qualquer outro desses - infelizmente - raros infernos neo-liberais.

E como não existe verdadeiramente alternativa - eu até votava, sei lá, no João Miranda, se ele fosse candidato - lá irei votar, vencido, mas não convencido, em Cavaco Silva. Que apesar de ser de esquerda - e não me interessa o que dizem os profetas do putativo fássismo nas Cosas Nostras ou lá o que é - é, apesar de tudo, o que afirma uma visão da sociedade mais próxima da minha.

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