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Thursday, November 10, 2005

 

A Rosa-de-Neve e os 4.5 biliões

Há muito, muito tempo, num reino muito distante, vivia uma bela e jovem princesa, de seu nome Rosa-de-Neve. A Rosa-de-Neve vivia muito feliz, sem se aperceber que essa felicidade da distribuição partilha era apenas sustentada pelos restos do tesouro real, cada vez mais diminuto.
E o tesouro foi sempre diminuindo até que o rei seu pai, já viuvo, se viu forçado a contrair um matrimónio por interesse com uma tal de Dona Banca, que detinha uma fortuna de muitos milhões. Mal sabia o velho rei, e menos ainda a sua generosa filha, que esta Dona Banca, apesar de muito rica - ou talvez por isso mesmo - era extremamente sovina, e não costumava dar ponto sem nó. No entanto Rosa-de-Neve nunca se apercebeu verdadeiramente disso porque o velho rei tinha o cuidado de proteger a sua doce inocência.
E assim, Rosa-de-Neve continuou despreocupada até que um dia o velho rei perdeu as eleições morreu. Foi então que a pobre Rosa-de-Neve sentiu verdadeiramente toda a maldade da sua madrastra. Não que a sua vida tenha ficado mais pobre: a rainha, Dona Banca até a cobria de cartões de crédito prendas, tendo no entanto o péssimo hábito de anotar todas as suas doações. Até que um dia Rosa-de-Neve não pôde mais e fugiu do seu belo palácio para a floresta.
Rosa-de-Neve não se assustou muito, os activistas da Quercus animais eram seus amigos, já para não falar dos setecentos mil funcionários públicos anões que aí habitavam. E Rosa-de-Neve voltou à sua vida de despreocupação, agora alegremente alimentada pelas contribuições para a Segurança Social e impostos pela mina de diamantes dos setecentos mil funcionários públicos anões.
Mas a má sorte não abandonava a Rosa-de-Neve. Em cada noite, ao voltarem para a cabana na floresta, os anões repetiam a Rosa-de-Neve que os diamantes estavam quase a ponto de se esgotar. E tanto o repetiram que as suas lamúrias chegaram aos ouvidos da malvada Dona Banca. Esta não tinha desistido de dominar a bela Rosa-de-Neve debaixo do seu plutocrático tirânico tacão, e assim traçou o seu plano. Disfarçada de presidente do conselho de administração pedinte, cozinhou o seu mais belo fundo de pensões fruto numa tentadora calda de 4.5 biliões de euros doçe mas envenenada com o pagamento futuro das pensões dos seus bancários um potente narcótico.
Escusado será dizer, que a Rosa-de-Neve, incapaz de resistir ao poderoso apelo de 4.5 biliões de euros da fruta em calda doçe, devorou o fundo de pensões a fruta envenenada e caiu imediatamente num sono profundo. Dona Banca verificou que Rosa-de-Neve estava profundamente adormecida e então exclamou: «Dorme, dorme, minha querida, que quando acordares é que vais ver!»

Comments:
Está muito bom.
 
Obrigado.
 
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