Thursday, December 22, 2005
Espero que seja extraditado para os Estados Unidos
O herói anti-imperialista que foi faz dias libertado na Alemanha, após ter cumprido 15 anos de uma sentença perpétua, foi, ao que parece, preso após ter desembarcado em Beirut, reporta o Washington Times (registo gratuito necessário). Não punha o meu dinheiro nisso, mas fica sempre a esperança que este cidadão libanês seja deportado para os Estados Unidos a fim de responder pelo bárbaro assassínio de um mergulhador da marinha americana, que após ter sido espancado foi baleado e atirado pela porta de um avião da TWA desviado.
Link via Captain's Quarters.
Link via Captain's Quarters.
Tuesday, December 20, 2005
Coincidências
Com certeza que é uma coincidência que esta libertação tenha acontecido quase simultaneamente com esta. Quem sugerir o contrário só pode ser um paranóico. Sim, um paranóico!
Parece que no TimesOnline também são paranóicos...
Parece que no TimesOnline também são paranóicos...
Monday, December 19, 2005
Cimeira da OMC
Afinal de contas qual é o objectivo dos manifestantes anti-globalização? Será voltar à agricultura biológica, tal como era praticada no século XIX ou antes?
Será que esses mesmos manifestantes são candidatos à eutanásia? É que pelos séculos XVIII, XIX, essa fantástica agricultura biológica tradicional mal conseguia alimentar a população dessa época - basta folhear um livro de história para constatar as fomes periódicas que matavam às dezenas de milhares, mesmo nos países então desenvolvidos. Hoje não conseguiria nem sequer alimentar 20% da população mundial. Quem é que está disposto a morrer à fome em nome da imbecilidade politicamente correcta? Nem sequer os manifestantes de Hong-Kong, quanto mais aqueles cuja vontade os ditos manifestantes apropriam como se, tal como eles, vivessem na abundância que lhes permite deslocar-se nos satânicos jactos do inimigo globalista e neoliberal.
Será que esses mesmos manifestantes são candidatos à eutanásia? É que pelos séculos XVIII, XIX, essa fantástica agricultura biológica tradicional mal conseguia alimentar a população dessa época - basta folhear um livro de história para constatar as fomes periódicas que matavam às dezenas de milhares, mesmo nos países então desenvolvidos. Hoje não conseguiria nem sequer alimentar 20% da população mundial. Quem é que está disposto a morrer à fome em nome da imbecilidade politicamente correcta? Nem sequer os manifestantes de Hong-Kong, quanto mais aqueles cuja vontade os ditos manifestantes apropriam como se, tal como eles, vivessem na abundância que lhes permite deslocar-se nos satânicos jactos do inimigo globalista e neoliberal.
Thursday, December 15, 2005
Já não se pode confiar em ninguém
Ao contrário da prosa que Ana Gomes triunfalmente despejou do alto da sua tribuna, de acordo com o Washington Post de hoje (registo gratuito necessário), George Bush concordou com a medida anti-tortura proposta pelo senador McCain.
Azar, Ana. Cada cavadela, cada minhoca. Pode ser que para a próxima corra melhor...
Azar, Ana. Cada cavadela, cada minhoca. Pode ser que para a próxima corra melhor...
«Um bom dia para o Iraque»
Surpreendentemente, este é o título de uma história na CNN. Aparentemente, pelo menos cerca de dois terços dos eleitores inscritos dirigiram-se às mesas de voto, apesar de alguns problemas se terem dado.
Combinando estas notícias positivas com esta (pdf) sondagem realizada pela BBC e divulgada ontem, parece que as notícias de uma guerra civil - três cenários alternativos propostos pelo especialista Joost Hiltermann (um especialista isento, com experiência de trabalho em Ramallah e na Human Rights Watch) e que resultavam todos numa guerra civil - de acordo com o Público de hoje (sem link) são, parafraseando Mark Twain, muito exageradas. Apesar disso, a ATTAC está a torcer pelo começo de uma bela guerra civil. Compreende-se, os princípios humanitários são muito bonitos, mas nunca se devem sobrepôr aos princípios politicos.
O que importa a morte e opressão de umas poucas dezenas de milhões de iraquianos comparada com o glorioso objectivo da sua libertação das garras neoliberais das democracias burguesas encabeçadas pelos sinistros Estados Unidos da América?
Combinando estas notícias positivas com esta (pdf) sondagem realizada pela BBC e divulgada ontem, parece que as notícias de uma guerra civil - três cenários alternativos propostos pelo especialista Joost Hiltermann (um especialista isento, com experiência de trabalho em Ramallah e na Human Rights Watch) e que resultavam todos numa guerra civil - de acordo com o Público de hoje (sem link) são, parafraseando Mark Twain, muito exageradas. Apesar disso, a ATTAC está a torcer pelo começo de uma bela guerra civil. Compreende-se, os princípios humanitários são muito bonitos, mas nunca se devem sobrepôr aos princípios politicos.
O que importa a morte e opressão de umas poucas dezenas de milhões de iraquianos comparada com o glorioso objectivo da sua libertação das garras neoliberais das democracias burguesas encabeçadas pelos sinistros Estados Unidos da América?
Wednesday, December 14, 2005
O debate dos titãs (da esquerda)
Hoje, lá me dei à pachorra de assistir ao debate. Afinal de contas, sem beliscar as minhas pretensões intelectuais, podia assistir em directo a toda a planópia de emoções habitualmente oferecidas hoje nas telenovelas. De alguma forma os jornalistas de serviço na TVI permitiram aos candidatos a oportunidade de algum diálogo, que estes de alguma forma aproveitaram muito embora sem entusiamos excessivos.
Em termos de estilo, aos meus olhos de impenitente liberal, já para não mencionar a minha perturbante condição de cota, Soares massacrou Alegre. No entanto, ao contrário da generalidade - ou devia escrver diversidade - da classe politica nacional, não quero cometer o erro de desprezar a inteligência dos portugueses. E em termos de substância, apesar de ambos os candidatos terem usado e abusado do discurso vazio do politicamente correcto que abunda à esquerda e à direita, Alegre mostrou algumas ideias, para além da vontade narcisista de se ver na presidência da República Portuguesa.
Enfim, são titãs, que rezam as lendas, assaltaram os céus, sendo massacrados por um qualquer Zeus-Cavaco, com a excepção de Prometeu, que gozou do duvidoso privilégio de ter o fígado comido, todas as manhãs, por uma àguia. Hoje em dia, fora da televisão já não temos a oportunidade de ver muitos titãs, a maioria criados à custa de efeitos especiais. Ficam as perguntas: qual deles conseguirá ser Prometeu? E qual o Cáucaso onde será agrilhoado? Será em Belém?
Em termos de estilo, aos meus olhos de impenitente liberal, já para não mencionar a minha perturbante condição de cota, Soares massacrou Alegre. No entanto, ao contrário da generalidade - ou devia escrver diversidade - da classe politica nacional, não quero cometer o erro de desprezar a inteligência dos portugueses. E em termos de substância, apesar de ambos os candidatos terem usado e abusado do discurso vazio do politicamente correcto que abunda à esquerda e à direita, Alegre mostrou algumas ideias, para além da vontade narcisista de se ver na presidência da República Portuguesa.
Enfim, são titãs, que rezam as lendas, assaltaram os céus, sendo massacrados por um qualquer Zeus-Cavaco, com a excepção de Prometeu, que gozou do duvidoso privilégio de ter o fígado comido, todas as manhãs, por uma àguia. Hoje em dia, fora da televisão já não temos a oportunidade de ver muitos titãs, a maioria criados à custa de efeitos especiais. Ficam as perguntas: qual deles conseguirá ser Prometeu? E qual o Cáucaso onde será agrilhoado? Será em Belém?
Monday, December 12, 2005
Anonimatos
Este blogue é, por decisão pessoal, não anónimo. Qualquer leitor que se dê ao trabalho de consultar o meu profile - ou perfil, para os puristas da língua portuguesa e para Edite Estrela - poderá verificar, que salvo qualquer erro ou omissão, me chamo mesmo Pedro Oliveira, sou consultor em tecnologias de informação, que sou a pessoa mais desinteressante que se pode imaginar, que nasci em 30 de Junho de 1961, o que me dá uns provectos 44 anos de idade e me classifica irremediavelmente na categoria de «cota», para além dos meus signos astrológicos, que são Caranguejo e Bufalo, um cálculo ao alcance de qualquer software, dada a data de nascimento, por rasca que este seja.
Mas vem esta questão do anonimato a propósito da respectiva definição. Este blogue não é anónimo, mas ao mesmo tempo não deixa de o ser. Quem, para além da minha família e restrito círculo de amigos, me conhece? Na realidade, mais ninguém. Isto porque, para qualquer efeito prático, não sou ninguém. Posso de facto ser o Pedro Oliveira, consultor, desinteressante, etc, etc, como posso ser outro qualquer.
Por outro lado, a questão do anonimato pode prender-se com a responsabilidade. Mas neste blogue, não publico factos. Apenas opiniões. E não me parece que, em democracia, a penalização de opiniões deva ir para além da simples crítica. Se escrever, por exemplo, que «Sócrates é um mentiroso compulsivo» estou a expressar uma opinião. Do mesmo modo, quando um qualquer politicamente correcto de esquerda escreve que «Bush é um criminoso de guerra», ou que «os Estados Unidos são uma ditadura fascista» se limita a expressar a sua opinião. E, se as pessoas forem responsabilizadas por opiniões - para além da legítima critíca, que ninguém deve poupar - aí sim, estamos certamente a cair na ditadura. Mesmo que esta seja uma uma agradável ditadura da maioria.
Mas vem esta questão do anonimato a propósito da respectiva definição. Este blogue não é anónimo, mas ao mesmo tempo não deixa de o ser. Quem, para além da minha família e restrito círculo de amigos, me conhece? Na realidade, mais ninguém. Isto porque, para qualquer efeito prático, não sou ninguém. Posso de facto ser o Pedro Oliveira, consultor, desinteressante, etc, etc, como posso ser outro qualquer.
Por outro lado, a questão do anonimato pode prender-se com a responsabilidade. Mas neste blogue, não publico factos. Apenas opiniões. E não me parece que, em democracia, a penalização de opiniões deva ir para além da simples crítica. Se escrever, por exemplo, que «Sócrates é um mentiroso compulsivo» estou a expressar uma opinião. Do mesmo modo, quando um qualquer politicamente correcto de esquerda escreve que «Bush é um criminoso de guerra», ou que «os Estados Unidos são uma ditadura fascista» se limita a expressar a sua opinião. E, se as pessoas forem responsabilizadas por opiniões - para além da legítima critíca, que ninguém deve poupar - aí sim, estamos certamente a cair na ditadura. Mesmo que esta seja uma uma agradável ditadura da maioria.
Outro round
Hoje foi a vez de Louçã versus Alegre... Nunca pensei que pudessem ter tantas divergências. Mas quando se quer arranja-se sempre qualquer coisita. Pelo que ouvi dos comentários, na Sic Notícias, a grande cisão foi sobre a eventual demissão do palhaço de serviço da direita portuguesa, Alberto João Jardim, o profeta do Funchal. Evidentemente que a sua demissão pura e simples não é constitucional... Se assim fosse, já Sampaio teria aproveitado para oferecer o arquipélago jardim a um qualquer dos seus camaradas do Partido Socialista, à laia de despedida.
Mas em que isso preocupa o nosso brilhante Louçã? Nem um bocadinho que seja. Nada. Népia. Nicles.
O que são as suas promessas vazias comparadas com a bela da demagogia? Nada. Népia. Nicles.
Louçã não engana ninguém quando promete cumprir a Constituição da República. De facto, ele cumpriria à risca o seu espírito, interpretado de acordo com as sacrossantas regras do politicamente correcto, se por acaso – ou talvez não – as suas probabilidades de ser eleito não fossem comparáveis às de Zé Silva, taxista, que nem sequer é candidato. Excepto que Zé Silva entregaria imediatamente o seu poder a um qualquer Salazar-Louçã.
Alegre, coitado, lá lhe lembrou, que para além de inconstitucional, uma tal decisão presidencial lhe acarretaria uma humilhação monumental. Humilhações sempre à espreita de quem, no fundo, e apesar de todo o discurso oposto, despreza a democracia e o povo.
Mas em que isso preocupa o nosso brilhante Louçã? Nem um bocadinho que seja. Nada. Népia. Nicles.
O que são as suas promessas vazias comparadas com a bela da demagogia? Nada. Népia. Nicles.
Louçã não engana ninguém quando promete cumprir a Constituição da República. De facto, ele cumpriria à risca o seu espírito, interpretado de acordo com as sacrossantas regras do politicamente correcto, se por acaso – ou talvez não – as suas probabilidades de ser eleito não fossem comparáveis às de Zé Silva, taxista, que nem sequer é candidato. Excepto que Zé Silva entregaria imediatamente o seu poder a um qualquer Salazar-Louçã.
Alegre, coitado, lá lhe lembrou, que para além de inconstitucional, uma tal decisão presidencial lhe acarretaria uma humilhação monumental. Humilhações sempre à espreita de quem, no fundo, e apesar de todo o discurso oposto, despreza a democracia e o povo.
Friday, December 09, 2005
Acompanhar as presidenciais
...no Margens de Erro. Não se compara aos sites que consultei quando das presidenciais americanas de 2004, mas enfim, é o que há.
Prova definitiva do aquecimento global...
Monday, December 05, 2005
Debate I
Primeiro round: Cavaco versus Alegre. Para ser honesto, jantei cedo, e aproveitei a hora «normal» de jantar para ir fazer umas compritas de Natal, e quando cheguei a casa já os candidatos estavam a sair. Não que necessite de debates para decidir o sentido do meu voto. A minha declaração de voto já ficou lá mais para baixo.
De qualquer modo fui até ao blogue dos Blasfemos dar uma vista de olhos pelos seus comentários. E deparei com este, do Carlos Loureiro, professor de português ou com inveja de Edite Estrela, que nos ensina que um bilião são, evidentemente no vocabulário tradicional, um milhão de milhões.
É que parece que Cavaco caiu num sinistro inglesismo - ou pior ainda, num satânico americanismo - de falar em biliões como milhares de milhões. Alegre não o corrigiu. Não me admira: Alegre deve limitar-se a saber que um bilião é o algarismo «um» seguido de muitos zeros, todos reaccionariamente à direita. Para a esquerda de Alegre têm muito mais valor os progressistas zeros à esquerda.
De qualquer modo fui até ao blogue dos Blasfemos dar uma vista de olhos pelos seus comentários. E deparei com este, do Carlos Loureiro, professor de português ou com inveja de Edite Estrela, que nos ensina que um bilião são, evidentemente no vocabulário tradicional, um milhão de milhões.
É que parece que Cavaco caiu num sinistro inglesismo - ou pior ainda, num satânico americanismo - de falar em biliões como milhares de milhões. Alegre não o corrigiu. Não me admira: Alegre deve limitar-se a saber que um bilião é o algarismo «um» seguido de muitos zeros, todos reaccionariamente à direita. Para a esquerda de Alegre têm muito mais valor os progressistas zeros à esquerda.
Thursday, December 01, 2005
Viabilidades
De algum modo ainda fico atónito com a cegueira da direita liberal relativamente à viabilidadede projectos públicos. A viabilidade dos projectos públicos, numa democracia moderna não se mede pela sua rentabilidae financeira - como deveria ser, claro - mas sim pela sua rentabilidade eleitoral.
De facto, mesmo uma análise superficial à politica autárquica - que é um laboratório excelente da politica central - mostra que os autarcas, que dispõe de fundos substancialmente mais limitados que o poder central, poupam os seus recursos para as épocas eleitorais: de facto, porquê desperdiçar dinheiro com obra que não rende votos?
De facto, mesmo uma análise superficial à politica autárquica - que é um laboratório excelente da politica central - mostra que os autarcas, que dispõe de fundos substancialmente mais limitados que o poder central, poupam os seus recursos para as épocas eleitorais: de facto, porquê desperdiçar dinheiro com obra que não rende votos?
NÃO!
Não, não fiquei convencido pela performance mediática de Mário Lino, mesmo com o apoio da sua claque socialista, e apesar da surpreendente falta de argumentos dos seus oponentes.
Do mesmo modo que os devaneios do politicamente correcto de Soares não me convencem - claro que aqui, por maioria de razão. Mas, voltando à Ota, é suficiente relembrar quando, faz uns dez anos, vivia entre Lisboa e Madrid: levantar-me às 6 e fazer a mala segunda de manhã para apanhar o vôo da Ibéria às 7:30 para Barajas, retornar na sexta seguinte pelas 8 da noite...
Nem todos temos Falcons para nos levar aonde necessitamos. Nem todos somos Primeiros Ministros ou traficantes. Alguns de nós temos que apanhar um avião para ir trabalhar...
Do mesmo modo que os devaneios do politicamente correcto de Soares não me convencem - claro que aqui, por maioria de razão. Mas, voltando à Ota, é suficiente relembrar quando, faz uns dez anos, vivia entre Lisboa e Madrid: levantar-me às 6 e fazer a mala segunda de manhã para apanhar o vôo da Ibéria às 7:30 para Barajas, retornar na sexta seguinte pelas 8 da noite...
Nem todos temos Falcons para nos levar aonde necessitamos. Nem todos somos Primeiros Ministros ou traficantes. Alguns de nós temos que apanhar um avião para ir trabalhar...